"A ciência, como um todo, não é nada mais do que um refinamento do pensar diário." Albert Einstein
Crise nos mercados também cai na prova
No último mês, as bolsas caíram no mundo todo. No verão podem cair também no vestibular: a crise financeira que está arrastando bolsas de valores pelo planeta, incluindo a brasileira, pode ser relacionada em provas de História ou Geografia a questões importantes como a Grande Depressão e a globalização.
Uma comparação óbvia, feita a todo momento por economistas nas notícias sobre a crise atual, é com a quebra da bolsa de Nova York em 1929. Foi quando a valorização irreal das ações das empresas americanas acabou provocando a fuga dos investidores - todos tentaram vender seus papéis ao mesmo tempo, e em minutos eles já não valiam nada. Poupanças de milhões de pessoas sumiram de uma hora para outra, praticamente parando a economia dos Estados Unidos. Economia americana parada, mundo estagnado: era a Grande Depressão, que afetou quase todos os países. No Brasil, uma conseqüência direta da crise foi a Revolução de 30 e a ascensão de Getúlio Vargas sobre os enfraquecidos barões da república do café com leite, segundo o professor de História do Elite Vestibulares Rafael Menezes.
Na Alemanha, Hitler aproveitou-se da situação de extrema pobreza e inflação galopante, provocadas pela derrota na I Guerra Mundial e agravadas pela Grande Depressão, para ascender ao poder. E, nos Estados Unidos, o New Deal, plano de recuperação do presidente Franklin Roosevelt, colocou o Estado a gerar empregos com obras públicas: escolas, hospitais, redes de esgoto, construção de casas avalizadas pelo governo, 400 mil quilômetros de estradas procuraram gerar empregos para movimentar a economia - e fundaram as bases de infra-estrutura que permitiram aos EUA a estrondosa produção de armas e suprimentos decisiva na II Guerra Mundial.
Menezes lembra que, sempre em momentos de crise, os rumos econômicos são questionados. "Em 1929, a falta de regulação levou ao colapso. Foram, então, fundadas as bases do welfare state (estado de bem-estar social). Podemos nos questionar se não acontece o mesmo hoje - qual o papel do governo Bush nessa crise", diz.
O professor lembra ainda que a crise financeira está mostrando que o discurso das entidades econômicas mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), sempre foi de que não houvesse intervenção do Estado na economia. "Agora vemos como contraponto a atitude quase desesperada do governo americano em evitar um rombo maior com ajudas econômicas. O mesmo em todos os principais países europeus. Nem sempre os discursos são condizentes com a prática."
Conteúdo extraido do Terra
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